Expressando o seu EU
por Mariana Montezel
Começamos a aula e eu já sabia que escreveria o Caderno do Nós dessa vez, porque semana passada eu preferi não fazer e disse que faria a próxima. Estamos aqui então! Porém dessa vez um pouquinho diferente. Não sentamos em roda, mas sim em quadrado!!! Essa realmente foi nova: o quadrado da conversa. Isso por causa de uma simples delimitação de espaço feita com fita crepe. E esse quadrado já levou a algumas falas estranhas do tipo: “Não estamos em equilíbrio”, “ Nem equidistantes”, “ Equi de cavalo?”, “Espera aí... o quê???”. Pois é, realmente estranho, mas “pulgas e cavalos à parte” (Renata), vamos ao que interessa.
Pelo fato de que teríamos aula de Improvisação no lugar da aula de Expressão, a Maria Cláudia postou no blog somente na quinta de manhã e a professora não conseguiu imprimir a tempo. Assim, na próxima aula vamos ter dois textos para ler. Mas já que voltamos a esse assunto, algumas pessoas que viram a postagem da Maria falaram sobre o vídeo da NASA que ela colocou. E aí tivemos novos comentários, como por exemplo, sobre as pessoas que ficam no espaço por mais de seis meses e acabam tendo problemas com o corpo, ressaltando assim “que a gravidade está a nosso favor”(Maria Cláudia).
Mas, voltando para a aula de hoje, a grande pergunta feita pela Renata: “O que já estudamos nesse semestre?”. A partir da pergunta começaram a surgir várias respostas ao mesmo tempo, e o que chamou mais atenção foi certa confusão feita entre nervo e tendão, o que já deu outro rumo para a nossa conversa.
“Tendão é o que liga o músculo ao osso, mas e o nervo?” Muitas teorias surgiram, até que o Renan disse: “Nervo tem alguma coisa a ver com o sistema nervoso...”. Muito bem Renan, agora em voz alta, para todos ouvirem, mas sem aumentar nada nessa frase ta?!?
Após um longo tempo de conversa e também de uma pequena pesquisa no Google, temos as seguintes conclusões:
- O tendão é uma fita ou cordão fibroso, formado por tecido conjuntivo, e tem a função de manter o equilíbrio estático e dinâmico do corpo, através da transmissão do exercício muscular aos ossos e articulações.
- O sistema nervoso é divido em periférico e central. O central é constituído pelo cérebro e pela medula e o periférico é constituído pelos nervos e pelos gânglios.
- Os nervos são constituídos de axônios e dendritos, que fazem parte do neurônio (aí o desenho da estrelinha comentado em sala).
Com essa conversa surgiram outros termos que para nós foram novos: propriocepção e sentido sinestésico. O que eu entendi sobre é que a propriocepção é a percepção do seu corpo no espaço sem usar a visão e o sentido sinestésico é a junção de todos os outros sentidos.
Agora todo mundo pressionando os olhos com as mãos e vendo o que acontece (podem comentar o que vocês viram. Manchas, quadriculado, preto, branco...). Isso porque o sensor de luz também é estimulado com pressão.
E toda essa conversa para não confundir nervo e tendão. Voltando a pergunta da aula: “O que já estudamos nesse semestre?” e finalmente as respostas: estudamos um pouco dos músculos e não só dos ossos; elementos de expressividade como, impulso, projeção, apoio, fluência livre e controlada (na aula passada no enraizamento) e tempo e espaço trabalhados no Tai Chi Chuan e nas músicas do baiadô. A professora explicou que semestre passado iniciamos pelos ossos porque com a noção do trabalho com o movimento a partir deles acionamos a musculatura certa sem pensar nela.
Para finalizar as conversas temos dois objetivos até o semestre que vem: descobrir o que o SEU corpo precisa e ter condições de aproveitar tudo o que aparece de treinamento para fazer.
INTERVALO só para água e concentração para a parte prática!!!
A parte prática ficou divida em três:
- 1ª'parte: aquecimento individual para cada um perceber o que o seu corpo precisa;
- 2ª parte: criar uma pequena cena a partir dos textos colocados na lousa;
- 3ª parte: apresentar para os outros o que foi feito.
Como foi um exercício realizado individualmente, não tem como colocar o que cada um fez aqui, isso fica para o Caderno do Eu e para os comentários, mas vou comentar como ocorreu de maneira geral.
Depois de um tempo para alongar e criar (dessa vez sem música), nos dividimos para apresentar aos outros. Uns escolheram o lado esquerdo da sala, outros o lado direito e alguns até o quadrado da conversa!! Aqueles que estavam assistindo os colegas tinham que tentar perceber os elementos de expressividade que estamos trabalhando:
- finalização do movimento, presença cênica e concentração;
- peso, densidade e força;
- velocidade ou tempo da ação;
- espaço total ou pessoal;
- fluência livre ou controlada;
- apoios e projeção;
- alinhamento e oposição;
- sons e palavras;
- movimentos centrais ou periféricos;
- olhar;
- gestos convencionais e mímica.
Terminando as apresentações, todos comentavam sobre o que viram ou não viram nas cenas dos colegas, tendo como objetivo afinar o olhar de cada um. A partir dessas conversas surgiram dúvidas e curiosidades.
“Se eu quiser trabalhar um movimento cotidiano em cena a ponto de ficar natural, tem como?” (Juliana Silveira)
“Não. A partir do momento que está em cena, é construção cênica, por mais natural que esteja o movimento. Ou é cotidiano ou é representação.” (Renata)
“Eu vi em algumas cenas variações de plano baixo, médio e alto.” (Renan)
“Segundo Laban, o que você viu é chamado de variação de níveis. Plano é outra coisa.” (Renata)
Vamos lá para uma breve explicação a partir do que eu entendi. Existem três tipos de planos: o da roda, o da porta e o da mesa. O Plano da Roda trabalha as dimensões frente/trás e cima/baixo; o Plano da Porta dimensões cima/baixo e lado/lado e o Plano da Mesa as dimensões lado/lado e frente/trás.
Falamos um pouco também sobre salto ornamental, em que acontece uma fluência controlada (os movimentos realizados) dentro de uma fluência livre (o salto) e sobre os gestos convencionais e o mimético. Para exemplificar esses gestos vou usar a cena da Bárbara. O gesto mimético seria o que ela fez, abrir a garrafa como se ela realmente estivesse segurando o objeto, e o convencional seria ela fingir que a mão dela era a garrafa.
Encerrando a aula de hoje por aqui, pois já passamos um pouquinho da hora!
COMENTEM!!!!!
4 comentários:
Mah, já que você comentou sobre o formato da "estrelinha" do neurônio, você poderia aproveitar para por uma imagem dele para melhorar o entendimento de todos ^^
Exemplo de imagem:
http://www.lncc.br/~labinfo/tutorialRN/imagens/esquemaNeuronio.gif
;)
Fê, muito obrigada pela dica. Na verdade eu já tinha separado essas imagens que coloquei agora, mas na hora de postar não estava dando certo. Agora sim!
Sobre o que vi quando pressionei dedos sobre pálpebras, foi estranho porque vi as marcas das minhas digitais...como isso é possível? Não sei...rs
Passei pra só pra falar que achei linda sua postagem!
haha
Beijos para montezel.
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