quinta-feira, 23 de abril de 2009



CADERNO DO NÓS
por um Eu

Maria Cláudia S. Lopes

Sentados em roda - lugar onde início e fim são um só - começamos…
lemos a postagem “semi invisível” feita por Aline
falamos sobre a ausência de comentários - no que a professora reforça a importância de que a turma troque e sugira.

Tibial é músculo? Tibial é relativo aos nervos tibiais? Tíbia é o maior osso da parte inferior da perna, é isso mesmo….irmã do Perônio. Parece nome de país, deve ser por isso que dizem que corpo é território…
Trocan….Trocante….Trocanter??? Que diabos é isso?

“s.m. Anatomia. Nome das duas tuberosidades do fêmur, onde se inserem os músculos que fazem girar a perna.”

Sartório é o nome desse músculo que termina nos glúteos…será que é isso mesmo? Google me diz que ele tem o apelido de “costureiro”.

Discorremos então sobre a gravidade - objeto importante de nossos estudos esse semestre. Conversa com direito a algumas divagações muito profundas e interessantes. A professora pontua que a gravidade não é sempre “grave”, não é uma coisa só que esmaga a gente sobre chão e dificulta nossa vida…a gravidade não é o bicho papão, nem está contra nós.

“ A gravidade dialoga com nosso corpo ao estar vivo” ( Renata).

A gravidade está a nosso favor pois: sem ela flutuaríamos soltos pelo espaço, sem ela os cientistas da NASA perdem massa óssea, sem ela teríamos que fazer xixi no canudinho ( risos). Sem ela o movimento não existiria como conhecemos. Sem ela não poderíamos crescer. ( Lembrei daquela idéia da árvore que quanto mais se enraiza no fundo da terra, mais cresce pro alto.)

PULGAS: sobre como ficam os cabelos longos e a chama da vela no espaço onde não há gravidade.

Os glúteos ao em vez de serem forçados pra cima, no movimento de luta contra a gravidade, devem ser entregues a ela, fechando os ísquios e promovendo um melhor alinhamento. “ Depois que eu entendi isso não tive mais dor na lombar” ( Renata)

“Tenho dor no ombro” ( Juliana)
“ Pode usar as bolinhas no quadril!” ( Renata)
“ Por que no quadril se a dor é no ombro?” ( Juliana)
“Porque tá tudo ligado. Porque faltando a base talvez você contraia os ombros, traga tudo pra cima e por isso tenha dores.” (Renata)

Roda muito fértil: falamos até sobre a diferença entre Do-in e Taishi.
“Chakras são físicos ou espirituais?” ( anônimo….rs)
“ No oriente eles não separam essas duas coisas filha”( resposta da professora seguida de pausa sem graça)

E como tudo nos leva pro ponto de origem, voltamos ao enraizamento!!! A partir do enraizamento, que nesse dia descobri que não é só pelos pés, exploramos corporalmente os princípios aprendidos até agora - enraizamento, projeção, impulso - pensando sobre a direção dos ossos no espaço, desenho que o corpo traça no espaço e suas possibilidades expressivas. A música foi tomando a sala e os corpos, e foi o primeiro trabalho de movimento com música e de pesquisa mais solitária do semestre.

“ Acho que música sem letra deixa a gente mais solto, não influencia no sentido de limitar” ( Breno)

“ É Marlui Miranda, uma moça que pesquisa música indígena, a música tem letra, a gente só não entende ( Renata sorrindo)”

A Professora, que nos observava durante a atividade, dá um personal feed back, depois de falar que neste semestre a abordagem do corpo é menos pra saúde e mais pra expressividade. – EXPRESSÃO CORPORAL!

Diz que em geral todos melhoraram, constata esforços e crescimentos, e aponta caminhos em que podemos aprofundar a consciência…
“porque é uma trabalho para a vida inteira” ( diz levantando os braços)

Tem gente que tem mais facilidade com um tipo de movimento do que com outro: fluência livre, fluência controlada, movimentos estimulados pela imaginação, movimentos mais de centro, movimentos mais periféricos, movimento “tagarela”, põe um rosto específico que vira máscara, ou não sabe o que fazer com o olhar, tem movimento com pouca resistência ou força, movimento com muita força em que falta a leveza.

O importante é ir descobrindo a facilidade e trabalhando o que pra gente é mais difícil. ( síntese)

“ Por que um lado da gente pode mais que o outro?” (eu)
“Ah! Porque a gente é assim mesmo, assimétrico e esquisito.” ( profa.)

Um comentário:

Juliana Derretine disse...

Caramba, que vídeo legal....como comentado na aula fiquei curiosa pra vim ver o negócio da bolinha de água, e tudo que foi falado em aula...realmente é de pirar...e ficar pensando como será que está o sangue dos caras...
Valeu Maria Claudia, mt bacana!