sexta-feira, 2 de abril de 2010

Caderno do nós – Turma B – aula do dia 23/03

A aula iniciou-se com o meu Protocolo (Hanna). Este,aconteceu desta forma:

-Andar pela sala soltando o corpo (movimentos livres, olhos primeiramente abertos e depois fechados);

-Em um momento parar: perguntar se as pessoas sentem-se alinhadas;

-Abrir os olhos e ver como está o corpo (alinhado ou não);

-Observar as outras pessoas;

-Juntar-se em dupla com a pessoa que estiver mais próxima e uma de cada vez,desenhar a coluna vertebral tocando apenas com dois dedos (onde os dedos forem tocando,a outra pessoa vai enrolando a coluna; para subir é feito o mesmo processo) e, ao término,puxão de gato no pescoço;

-Após feito o exercício,há a sensação de estar mais alinhado?

-Roda: “pulsar” com os pés (direita,esquerda; um,dois)

-Quando o pé esquerdo “bater no chão”, criar força de vetores (oposição) com a pessoa que está ao lado esquerdo usando a mão no ombro do colega;

-O abdômen foi ativado para conseguir esta resistência?

-Voltar para a pulsação;

-Diminuir e expandir como no útero (transmitir essa sensação,principalmente como era a respiração dentro dos panos);

-Voltar a pulsação e andar no espaço da roda;

-Pé direito: abraço – pé esquerdo: duas palmas – abraçar várias pessoas diferentes e de modos diferentes;

-Aos poucos volta-se para a pulsação: 1)eliminar o abraço(as palmas continuam); 2)eliminar as palmas e ficar só a pulsação.

-Neste momento a protocolista inicia algumas indagações,lê uma música chamada Amorticínio (Galdino Octopus) e faz algumas conclusões:

O QUE MOVE O ATOR?O QUE MOVE O SEU CORPO?ALGO MUITO ALÉM DA MEMÓRIA EMOTIVA?SERIAM,TALVEZ,OS CINCO ELEMENTOS: SENSAÇÃO, EMOÇÃO, PENSAMENTO, MEMÓRIA E IMAGINAÇÃO ?

ATA-ME CANÇÃO,

RIMA QUE O PEITO TECEU,

ESTANCA E ESPANCA MEU EU

DOM DE AMAR É SOFRER.

BREVE AURORA QUE

RESVALA NA ESCURIDÃO

PRECIPITANDO NA DOR

DA SOLIDÃO.

QUANDO EU ME LANÇAR

SOBRE O TEU OLHAR

E TUDO MAIS SE CALAR,

QUANDO A POESIA CLAMAR POR TI

NÃO FUJA JAMAIS DE MIM

O AMOR ABRIGA E FERE,

O TEMPO É CICATRIZ

O AMOR NASCE NOS OLHOS

DE QUEM É FELIZ

ENFIM,SE É MOVIDO PELA SINTONIA ENTRE O BRILHO DOS OLHOS,A IMENSIDÃO DE UM SORRISO E UM PULSAR QUE NUNCA ACABA,UM PULSAR QUE FAZ CADA UM OUSAR E SER.

Para encerrar, pedir que todos imitem um gesto (colocar a mão no peito e esticar o braço) seguindo os dizeres: É DE DENTRO PARA FORA.

Apreciação do Protocolo: No primeiro momento ocorreu o silêncio que por sinal,também é uma forma de apreciação. Aos poucos, alguns deixaram o silêncio de lado e começaram a refletir com os seus dizeres o que foi feito. Sobre a primeira parte do protocolo, Bebel disse que houve certa dificuldade em enrolar a coluna conforme os toques dos dedos, o contato de mobilizá-la foi definido como legal; para o Rafael esta primeira parte o remeteu mais para última aula e Wesley gostou do fato de ter que fazer movimentos andando pela sala com os olhos fechados,pois era necessário ter consciência do espaço em que estava,cuidar do seu corpo e o do outro. Sobre a segunda parte, este completou que os exercícios feitos em roda exigiam concentração; em relação ao abraço, Renata lembrou-se do exercício da aula passada o qual deu a uma parte da classe a ideia de ser um bebê; “linkou” uma ideia que poucos,talvez,tenham percebido que foi a ativação do abdômen que era essencial no exercício feito em que se criava uma resistência com o outro e também gostou da ideia de expandir,já levada no protocolo do Rodrigo. A professora Renata Meira,o Sol que dá o brilho, falou sobre a diversidade de elementos que compuseram o protocolo e que estiveram presentes na aula passada, como a variação de ritmos. Durante esta apreciação, surgiu a seguinte questão: O que é ISOMETRIA? Conseguiu-se a resposta através da divisão da palavra em ISO = IGUAL e METRIA = TAMANHO, o que gerou o seu significado.

A professora disse que quando aprendemos algo com alguém e passamos isso para outras pessoas, não há problema algum em dizer que tal exercício é de tal pessoa e também não há mal nenhum em aplicá-lo, mas é importante criar algo seu. “É necessário reverenciar as diferenças.” Para finalizar, professora Renata fez uma reflexão muito importante sobre a apresentação de protocolo,pois este, independente de optar ou não pela modalidade de Licenciatura, te prepara para a criação de aulas, de exercícios, o que estará presente durante toda a vida de um ator como algo indispensável.

Questões sobre o Caderno do Eu: Rafael expôs ao grupo sua dificuldade neste semestre em escrever o Caderno do Eu. Disse que isto talvez aconteça pelo fato das aulas estarem mais técnicas, mais mecânicas. Já a Eluhara, sente agora uma facilidade maior para escrever, o que não ocorria no semestre anterior. As aulas desta disciplina de Expressão Corporal I são mais sensação e pensamento. A emoção surge apenas quando não se consegue realizar algo,um exercício. É como se a técnica causasse mais racionalidade, o que não quer dizer que exclui os outros elementos como a imaginação.

“A técnica também uma criação.” (Professora Renata).

Ta, tum, ta, tum [...]: Quando se diz Tá, significa perna levantada e Tum, pé no chão. Primeiro deveria fazer o Tá com a perna direita levantada e dobrada a frente e a mão oposta toca o pé, depois este vai ao chão (Tum) e o mesmo é feito com o outro lado; em seguida diferença é que o Tá passa a ser feito na lateral do corpo. A última parte é feita com a união dos “Tás”. A sequência seria:

Ta,tum

Ta,tum

Ta,tum,

Ta,tum.

Ta,ta,tum

Ta,ta,tum

Após ter sido feito esta sequência, dividiu-se os alunos em dois grupos e cada qual deveria criar sua sequencia com Ta e Tum e apresentar ao outro grupo.

O primeiro grupo, composto por Renata, Maurício, Bebel, Wesley e eu, apresentou uma sequencia que foi considerada mais complexa pelo fato de haver uma pausa no meio dela.

Já o segundo grupo, composto por Rodrigo, Eluhara, Rafael, Guilherme e Kátia, optou por algo mais simples que tornava-se mais difícil ao passo que a velocidade de execução aumentava e, visualmente, comparado ao outro grupo, era mais limpo o que era feito.

Houve dificuldade de alguns na execução da sua sequencia. À propósito disto, surgiu uma discussão que concluiu que a dificuldade deve ser curada e para isso, é necessário haver reciprocidade entre a pessoa que está com dificuldade e o grupo.

Aaaaaaaaaah!: Ainda em dois grupos (não necessariamente os que estavam já formados), cada um em uma diagonal da sala (postos na mesma parede) criou-se uma dinâmica: um por vez sairia correndo, chegaria até o meio da sala, pularia, gritaria e iria para a outra fila; assim que isso fosse feito, uma pessoa do outro grupo faria o mesmo processo,formando um ciclo em oito.

Chuva e improvisação: Iniciou-se um andar pela sala, cada um parou em um lugar da sala que escolheu e foi pedido que os olhos fossem fechados. Através de tapas dados em todo o corpo, seriam criadas duas tempestades. Os tapas se iniciavam lentamente e depois aumentavam; cada um poderia criar o seu ritmo de tapas, de chuva! Após duas tempestades caírem, foi iniciado um exercício de improvisação.

Através desta, deveríamos encontrar uma primeira imagem e dar um nome para ela. Como era possível chegar a esta imagem? Como era o seu olhar? Cada um parado em sua primeira imagem, tinha que experimentar maneiras de sair dela focando os diferentes apoios do corpo, que acabaram por criar uma segunda imagem. As mesma perguntas foram feitas para essa nova imagem; era uma história que cada um estava construindo. Para sair desta segunda imagem, o foco foram os elementos de oposição que levou a criação de uma terceira e última imagem. E agora, como seria a transição da primeira para a segunda e da segunda para a terceira imagem? Quais seriam os movimentos que fariam parte desta transição? Qual o significado? Qual a história criada para estas imagens?

Alguém conta a sua história: Em dupla ou trio, uma pessoa mostraria para seu ou seus companheiros as suas imagens que teriam uma história a partir do que viram. A pessoa que escreveu a história estava proibida de mostrar o que escreveu para a outra até o segundo momento do exercício.

Histórias escritas, era o momento de cada um apresentar as suas imagens e o colega narrar a história.

Roda de conversa final: Houveram histórias poéticas, engraçadas, reflexivas... Histórias que foram entendidas pelo público de modo diferente do que se queria dizer e até história com efeito especiais!

Monitora Tábatha: disse que todos foram muito criativos com as histórias e observou que a maior parte das histórias falavam sobre dificuldades da vida;

Rafael: Pensou em verbos (ação) sem linearidade no que escreveu;

Kátia: Não pensou na transição das imagens e reparou que os outros fizeram-na;

Eluhara: Não fez igual a sequencia que tinha montado;

Guilherme: Dificuldade em ver o corpo e o rosto como um só.

Professora Renata SOL: Não interessa o que você queria dizer, mas sim o que você disse! Não é preciso ser cronológico, uma vez que não há caminho correto para a narração que no seu decorrer pode ter muitas surpresas!!!

Por Hanna Perez

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