domingo, 4 de abril de 2010

Caderno do Nós - Turma B - 30/03/2010

"Olhos, olhos, olhos..."



Hoje começamos com uma conversa que dizia respeito à "excessos". O fato é que um de nossos colegas estava aflito, pois pegara muitas matérias e projetos, porém, não conseguiu administrar tudo de uma só vez. Então, a professora Renata Meira dividiu esse problema com todos nós da turma, e aproveitou para auxiliar-nos com algumas dicas acadêmicas (trancamento de disciplina, reajuste). O assunto deslocou-se até o tema "É proibido proibir" (projeto de um grupo de estudantes da UFU que visava defender o direito de continuarem as festas e vendas de bebidas alcoólicas dentro do campus; direito este, vetado pelo reitor há pouco tempo), mas que, não fugia completamente do tema anterior, já que a finalidade de toda a conversa se resumia em responsabilidade. Enfim, segundo a professora Renata, quantidade não significa qualidade!

Iniciamos o processo da aula com uma "higienização do alinhamento", baseado nos ensinamentos do Dr. Sheng, que consistia em: rotação da cabeça (5x cada lado), rotação do quadril (idem), rotação do tórax com uma olhada para o calcanhar (idem), enrolamento da coluna sentado numa cadeira (idem).

Em seguida, partimos para o protocolo do Rafael. Oito pulinhos para um lado, oito para o outro, depois quatro, quatro, dois, dois, e um, um. Com os olhos fechados deveríamos pensar em algo muito marcante em nossas vidas, a qual desejávamos que se repetisse; e sentássemos. Foi-nos entregue um papel colorido que continha um número fora (nº8) e dentro (nº 0 a 8), assim em ordem numérica e em pares representaríamos com uma ação corporal essa memória (8x cada um). E nessa regra, a ordem foi a seguinte: Hanna e Thábata (nº 0), Renata (nº1) e Guilherme (nº 4), Wesley (nº 6) e Renata Meira (nº 7), e por último, Rodrigo (nº 8). Enquanto isso, os "espectadores" observariam, e anotariam as impressões tidas naquelas ações dos colegas. Por fim, o protocolista nos pediu para que virássemos a folha na horizontal, o que revelava que o número oito, ali, também significava o símbolo do infinito. "Protocolo aberto para apreciação..."
Notas:

  • Imaginação e memória (Wesley); "- Trabalho da memória na fixação da narrativa" (Renata Meira);
  • Infinitas interpretações (Hanna);
  • Relação com os textos, principalmente pág. 65 de Ivaldo Bertazzo (Renata); "- A organização muscular leva a um equilíbrio corporal" (Renata Meira); Eixo do "Caderno do 'Lucas'" (Rafael);
  • Emoção (todos);
  • Filme: "O Encouraçado Potemkin" (Renata Meira); Complexidade (Renata Meira);
  • Obs.: Há oito pessoas na sala (Rafael).

Após a apreciação do protocolo, nos dedicamos a um estudo teórico (projetor), sobre olhos e rosto, baseado em um capítulo do livro de Eugenio Barba, "A arte secreta do ator" ou "Dicionário de antropologia teatral". Apesar da teoria, a prática foi estimulada pelas imagens (retiradas do próprio livro), uma vez que, todos os estudantes estavam "exercitando" aquelas "caretas". Este capítulo foi deixado na xerox, e deverá ser feito um "Diário de leitura" sobre este.



"Os olhos são os orgãos mais ativos do corpo" (Eugenio Barba)


Quem é ele?
Sua família é originária de Gallipoli (província de Lecce). Forma-se na academia militar de Napoli em 1954. Neste mesmo ano se transfere para a Noruega para trabalhar como marinheiro. Se forma em literatura francesa em Oslo e história das religiões nórdicas.
Em 1961 se muda para Varsóvia, Polônia, para estudar direção teatral na Escola Teatral do Estado, que abandona no ano seguinte para unir-se a Jerzy Grotowski, no Teatr 13 Rzedow de Opole. Barba acompanha Grotowski por três anos.
Em 1963 viaja a Índia, onde tem seu primeiro encontro com o Kathakali. Seu primeiro livro Grotowski alla ricerca del Teatro Perduto - na procura do teatro perdido, foi publicado na Itália e na Hungria em 1965.
Quando volta a Oslo, em 1964, tinha a intenção de tornar-se um diretor teatral profissional, mas, como era estrangeiro, não teve muito sucesso inicialmente. Assim decide iniciar um teatro particular, com jovens que não haviam sido admitidos na Escola Teatral do Estado de Oslo e cria o Odin Teatret em 1 de outubro de 1964.
A primeira produção do Odin Teatret foi Ornitofilene, do autor norueguês Jens Bjørneboe, foi apresentada na Noruega, Suécia, Finlândia e Dinamarca. Depois da apresentação na Dinamarca o grupo foi convidado pela prefeitura de Holstebro, uma pequena cidade na costa noroeste, a criar um laboratório teatral. Ao Odin foi oferecida uma velha fábrica e uma pequena soma de dinheiro para que se estabelecesse autonomamente. Hostelbro se torna a sede do Odin Teatret.

(Caleidoscópio.art, 04/04/2010 as 16h08)

2 comentários:

Rafael Michalichem disse...

∞8∞8∞8∞8∞8∞8∞8∞8
Eu ia postar 8 comentários mas acho que é melhor não.
Gostei bastante da primeira imagem! :B
∞8∞8∞8∞8∞8∞8∞8∞8

Bebel disse...

Infelizmente não pude estar nessa aula, mas ao ler o caderno do nós achei bastante interessante a utilização do número oito para nortear o trabalho do protocolo. A idéia do infinito e da continuidade que ele sugere, para mim é muito forte!

Ao buscar na internet uma "definição" para INFINITO encontrei na Wikipédia algumas coisas interessantes:

'Infinito, é uma noção quase-numérica empregada em proposições matemáticas, filosóficas ou teológicas e que faz referência à falta de limite e falta de fronteira no tamanho, quantidade ou extensão.'

'Infinito Real (ou Infinito Completo) é um assunto mais complexo: será possível existir uma entidade completa e existente de tamanho infinito?'

'A questão de algo ser infinito é logicamente separada da de não ter fronteiras.'

E por fim a que achei mais interessante para a aplicação ao nosso trabalho corporal e o trabalho enquanto atores (em potencial):
'Infinito Potencial é usado para processos que podem, em princípio, continuar para sempre, ou para objetos que podem, em princípio, crescer para sempre.'

Bem, isso pode nos ajudar em algumas reflexões sobre o nosso corpo, os processos pelos quais passamos e os nossos objetivos.

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