terça-feira, 13 de abril de 2010

Caderno do Nós - Turma B - 13/04/2010

Ao infinito, e além.

Inicia-se a aula numa confusão básica de entra-não-entra na sala, gerada pelo protocolo do Guilherme. Quando finalmente é permitido entrar, a primeira coisa com o que nos deparamos é uma lousa decorada com máscaras teatrais e com as fotos das nossas máscaras vindas do protocolo da aula anterior, feito pela Renata. Em baixo, alguns livros e um aviso: "Para folhear".
Poesias do Paulo Leminski, o Grito de Edward Munch e um livro cheio de pinturas expressionistas que frisavam o rosto das pessoas nelas representadas. No espelho coberto ao lado da lousa, uma poesia de Cecília Meireles, Retrato, adaptada escrita numa folha azul. Ao final da leitura, o revelar do espelho e uma outra folha azul, com os dizeres "Será que você se reconhece nesse retrato?".
Fecha-se o protocolo, abre-se a apreciação.

Rodrigo começa apontando que a maioria dos protocolos sugere a visão de nós mesmos, seja por si próprio ou por outros, e comenta a possibilidade da sensação da construção da máscara juntamente com a imaginação servir como referência a forma em que seu rosto está.
Wesley complementa essa idéia de referência com seu sentido de percepção e comenta de um acontecimento na aula de ginástica olímpica em que se viu "torto" no espelho ao fazer uma parada de mão.
Eu, (Rafael) comento a questão do expressionismo tratar os sentimentos e as sensações, interiores e pertencentes ao artista, como material de trabalho que é mostrado como variações de cores, de formas, de traços mais do que com metáforas e coisas concretas, e comparo com a nossa criação em aula sobre outras formas de expressar.
Renata Meira comenta em seguida sobre a poesia que se quer dar para a cena e faz uma comparação entre naturalismo e expressionismo, comparando-os também com as técnicas teatrais.
Bebel relata que, ao ver os infinitos nas fotos, ela lembrou-se de ter relido o caderno do nós da aula passada e ter se encantado com o símbolo do infinito, inclusive pesquisando sobre o assunto e fazendo um comentário elaborado no post. Apareceu, então, a figura da faixa de möbius, que seria como o símbolo do infinito trazido para uma terceira dimensão.
Renata Meira aponta como é útil e interessante o blog como ferramenta nessas leituras de coisas desconhecidas, releitura de coisas passadas, leitura do caderno do nós da outra turma...
Hanna diz que acha interessante ver como as aulas, apesar de iguais no conteúdo, são bem divergente em percepção por cada turma.
Renata cobra a visita à Casa dos Ventos, feita semestre passado e que não pode ser realizada.
Renata Meira pede que, com a ajuda dos monitores, as pinturas do livro trazido pelo Guilherme para seu protocolo sejam escaneadas e armazenadas para servirem de estímulo.
Rodrigo comenta que, no emprego novo numa clínica ortopédica, está descobrindo e dividindo os valores aprendidos em aula com as descobertas do seu corpo e das suas capacidades.
Supostamente para fechar o protocolo, Guilherme diz que o seu protocolo tinha por objetivo, além de trazer os elementos da aula passada, trazer também uma questão forte para ele, que é o fato de não se reconhecer mais desde que entrou na universidade. Por isso o espelho e a frase final, que ele decidiu socializar para esclarecer.
Bebel então fecha a roda com um apontamento sobre como ela se viu no espelho: mais do que a si própria, ela viu o grupo de pessoas em frente ao espelho, e com isso pensou que é preciso nos conhecer individualmente e num grupo, dentro deste, trazendo as questões do trabalho em grupo para o ator. Houve então uma pequena discussão sobre as máscaras sociais em que até citou-se Moshe Feldenkrais, do primeiro diário de leitura do semestre passado.

Após a apreciação do protocolo, decidiu-se que eu seria o cadernista da semana e então partimos para a higienização do corpo do doutor Sheng, como da aula retrasada, só que dessa vez com o número 8 em evidência ao invés do 5. Fizemos então 8 rotações com a cabeça para cada lado, alternadamente; giramos o rosto para cada lado na altura do queixo 8 vezes, também alternadamente; rotamos o quadril 8 vezes para cada lado, em sequência; abrimos o peito com as mãos as costas 8 vezes por 8 segundos cada; torcemos o tronco com as mãos as costas, tentando olhar o calcanhar oposto ao lado da torção, por 8 vezes alternadas cada lado, demorando 8 segundos em cada vez; e então fizemos o exercício da cadeira, de enrolar a coluna em direção ao chão sem tirar os ísquios do assento, 8 segundos lá em baixo.


Partimos então para um exercício em trios. Cada trio tinha um membro que não tinha comparecido a aula anterior e por isso não tinha as anotações dos exercícios da aula anterior. Os trios formados foram: Guilherme, Rafael e Bebel; Hanna, Renata e Wesley; e Jamile, Rodrigo e Kátia. O Objetivo do exercício era responder as seguintes questões, baseadas nas observações e anotações:
  1. O que foi mais evidente nas observações anotadas?
  2. Quais as diferenças entre as observações?
  3. O que foi observado por todos?
  4. Quais as dificuldades encontradas no momento de anotar?
Foram dados 20 minutos que se prolongaram um pouco e os resultados poderão ser lidos nos links abaixo assim que eu os receber das respectivas pessoas:
  • Bebel, Guilherme, Rafael;
  • Kátia, Jamile, Rodrigo;
  • Wesley, Hanna, Renata.
Eu, pensando na dificuldade encontrada por mim e pelo Guilherme, como também pela Jamile e pelo Rodrigo, perguntei como deveria ser feito esse tipo de anotação: focado nos pontos positivos, nos pontos negativos, numa mistura dos dois?
Rodrigo responde que depende de cada pessoa e de cada vivência, que "não existe uma receita".
Wesley comenta que cada grupo formado pelas três pessoas atuais tem um resultado diferente por motivos e focos diferentes, e que outras combinações dos mesmos elementos da turma em diferentes grupos resultaria em outras visões e opiniões e apontamentos.
Renata Meira por sua vez diz que pode até não haver uma receita, como apontou Rodrigo, mas que há objetivos e que são esses objetivos que definem o foco da análise. Se quem faz a análise é um diretor, há um foco, enquanto que uma professora preocupada com a coordenação motora tem outra, alguém que quer fazer uma coreografia tem outro e etc.
Jamile afirma que, apesar de a primeira vez das 3 apresentações (para cada poema na aula anterior) servir para aproveitar e fruir o momento, ela se preocupava antecipadamente com as coisas que precisaria analisar e não conseguia desfrutar da apresentação, ao que Guilherme posteriormente concordou com ela.
Renata Meira, então, diz que com isso a análise pode acabar trazendo elementos subjetivos que não foram utilizados durante a apreciação, já que não houve tempo para desfrutar.
Terminado o exercício, alguns avisos foram dados:

O Caderno do Eu deve ser entregue semana que vem, com os diários de leitura. Na semana do Festival Latino-Americano Ruínas Circulares não haverá aula. Um trabalho deverá ser feito em duplas, sobre "os elementos que constituem o movimento", em até duas laudas, baseado em Stanislavski, Meyerhold, Grotowski, Artaud, Brecht, Burnier e Peter Brook sendo cada autor para uma dupla da turma, já definidos. Este trabalho deve ser entregue dia 4 de maio.
Para referência, recomenda-se o livro "O Papel do Corpo no Corpo do Ator", de Sônia Machado de Azevedo.

Postem as respostas das perguntas via comentário para que eu possa editar a postagem!


Um comentário:

Vampira Dea disse...

Legal saber que o teatro é tão forte em Uberlândia. Dia 30 de abril chego nessa cidade linda para conferir tudo isso, participando do Festival Latino Americano de teatro Ruínas Circulares.Ansiosa também por novos contatos com pessoas de teatro, sempre.
Uma boa semana