domingo, 10 de maio de 2009

Nós Fazemos CARAS & BOCAS [fechado]

Caderno do Nós - Turma Noite - 07/ 05/2009





Excepcionalmente a nossa aula começou diferente, fomos direto para a prática, coisa que não acontecia desde os tempos de Consciência Corporal. Pegamos cada um duas das tão famosas e coloridas bolinhas e fomos para o chão, fecha os olhos e a boca! ...em busca de concentração, por favor... e entramos num trabalho de percepção do corpo em contato com o solo, vai deixando a agitação de fora... e Como estão os apoios? Qual parte precisa de um movimento? Braços ao lado do corpo, pernas esticadas e escorrendo os ombros... Agora coloca as duas bolinhas nas nádegas, uma em cada uma, e respira, sente as pernas, pesa... foi... agora pra mudá-las de lugar já estamos craques, usando as pernas como apoio, colocamos as bolinha um pouco abaixo das escápulas, respira, primeiro leva pra barriga depois tórax, agora a novidade, demos início a um trabalho com a musculatura facial, pressiona uma sobrancelha contra a outra, e solta bem de vagar até voltar ao normal... agora a atenção voltada para o nariz, tudo vai puxar em direção ao nariz, contrai, tenta o máximo e solta bem devagar até voltar ao rosto brando... dessa vez o contrário, puxa a musculatura toda para fora! Vai expande e... solta bem lentamente buscando sempre a imaginação, e guardando essa sensação, vai ser importante no futuro (ou seria em breve?).

“E vamos nessa vai estica e puxa, e viva a festa da Xuxa!”

Agora que já trabalhamos bem o rosto, ainda mantendo esse trabalho, pode tirar as bolinhas, sentiu a diferença? e pode partir para algo com o corpo também, use o espaço, impulsos, projeções, flexões, usando os níveis, fluências, enfim, deixou-se bem livre, desde que conciliando o movimento facial.

Após concluirmos, sentamos em roda para discutir e comentar sobre a prática, logo surgiu uma dúvida da Eduarda sobre os pés quando se está deitado, se é normal eles ficarem caídos para os lados, e sim, é normal! É normal também um pé ficar mais deitado do que o outro? Também é! Falamos de como o trabalho facial puxou a atenção, fazendo a gente até esquecer que estava com as bolinhas nas costas e da dor. Falamos também de como o peso do corpo muda após a prática das bolinhas, fica mais pesado, apenas Adriene que disse que seu corpo fica mais leve, mas logo entendemos o que ela quis dizer, que o corpo fica mais leve no local onde estavam as bolinhas (como se fossem buracos) e o restante do corpo fica mais pesado. Na hora do exercício, dobrar ou esticar as pernas? Para Ana Paula, dobrar as pernas dá uma sensação de que as costas ficam mais apoiadas no chão. Já a nossa bailarina Letícia, quando deita, tem um espaço enorme entre as costas e o chão! Seria a imobilização de Tórax? Devido a sua empinada postura, quando deita sua caixa torácica fica mais acima do que o normal, mas percebemos que ao passar do tempo, o corpo vai se acostumando e o tronco da menina vai abaixando. Diego brinca que agora tem mais um jeito de se imitar Letícia. Se não se sente a curva das costas é a falta da força contrária, ou seja, o trabalho abdominal.


Renata fala que há pessoas com vergonha ou pelo menos com dó de seu rostinho, temendo as tais rugas, enquanto uns até exageram ao puxar a musculatura facial, outros fazem quase o mínimo (botóx). Comparando com o hábito que muitas mulheres têm ao não respirar pela barriga para, até por uma questão social, onde as mulheres pelo padrão de beleza não podem ter barriga. Volta o assunto da força abdominal que é fundamental para a postura, mas lembrando que essa musculatura não é rígida!
André comenta que enquanto estava no trabalho facial, veio-lhe a cabeça imagens de palhaços e que isso influenciou quando o corpo se juntou a pratica. Varias pessoas também tiveram essa visão. A questão de que é difícil conciliar rosto e corpo também foi discutida e a proposta é manter o rosto, juntamente com o trabalho corporal variando em espaço, força, tempo, níveis, etc...
Luiz tece um comentário sobre máscara do ator, relacionando com o que fizemos na aula com o rosto. Rone fala que em sua mente, vieram imagens de uma outra aula, a disciplina optativa que trabalha justamente em base de imagens, ministrada por Ana Carneiro. Renata aproveita para dar dicas para melhorar o imaginário, como filmes ótimos como “Pele”, ler sempre e até buscar coisas na Internet, como textos e imagens. Depois disso, fizemos a leitura da postagem anterior, e falamos sobre algumas dúvidas que ficaram no ar.

Fomos para um trabalho que exigiu até o quadro negro! Renata pegou um giz e fomos estudar os Elementos e Fatores de Movimento, que se resumem em oito ações básicas construindo uma grade. Foi feito em base de dois livros, são eles: O Movimento Expressivo (Regina Miranda) e Reflexões sobre Laban, O Mestre do Movimento (Maria Mommensalm e Paulo Pretrella)

O Peso pode ser leve e forte. O Tempo pode ser lento e rápido. O Espaço pode ser direto e indireto. Laban relaciona isso tudo! Veja:

LeveRápido Direto: Dar toques ligeiros ou Pontuar
LeveRápidoIndireto: Sacudir, Espanar
ou Dar lambadas leves
LeveLentoDireto: Deslizar
LeveLentoIndireto: Flutuar
ForteRápidoDireto: Socar
ForteRápidoIndireto: Cortar o ar, Talhar, Açoitar
ou Chicotear
ForteLentoDireto: Pressionar
ForteLento Indireto: Torcer


Mas para chegar a essa grade, tivemos que raciocinar e muitas vezes mudar de idéia, trocando alguns resultados com seus processos. Renata pediu para darmos exemplos práticos de movimentos ali citados, isso ajudou na definição de onde cada coisa de encaixava.

Ao final da aula, foi dito que não haveria aula na próxima quinta, e que a aula seria do professor Narciso, mas para a próxima aula deve ser entregue um novo texto relacionando o livro: O Papel do Corpo no Corpo do Ator, em que se encontre a parte que fale de Laban no Tatro, mais o trabalho prático e discussões que tivemos em sala até a ultima aula e se possível com os textos que fizemos.

2 comentários:

Letícia Esteves disse...

Heey André,tá de parabéns, detalhista e objetivo! Ficou muito boa a postagem! Vale esclarecer uns entendimentos errados sobre a aula passada, como comentado na nossa roda de debate do Caderno do Nós:

- O sartório agora foi mais bem explicado: um músculo que sai da crista ilíaca, cruza o fêmur e se insere na tíbia, é responsável pela flexão da perna e rotação do fêmur (junto com o rotador).

- E o Iliopsoa (tãaao discutido)não passa por dentro do 'furinho' dos ísquios (não que a Renata tenha mentido...)e sim, debaixo da ‘cabecinha’ do fêmur!

Que eu me lembre, é só!
Beijo beijo,
Bailarina


(Ri muito de vc falar do Diego me imitando, mas principalmente da musiquinha da Xuxa - sua cara!)

Mariana Montezel disse...

André, só passei para falar que o seu Caderno do Nós também ficou muito bonito tá? Parabéns!!!! Adorei!!
Beijos!