terça-feira, 31 de março de 2009

Caderno Do Nós

Pés entre plumas

por: maíra rosa...

Ato Único
(primeiro movimento)


Clima tenso.Entra música , em círculo todos acompanham com palmas de mão arcadas, semiflexionadas, dedos em arco transverso, palma com som oco.Segue os pés entre as plumas do cenário também em arco trans- verso, sorrateiros rasteiros ao chão , trabalhando o tibial anterior com a Catira. Alternam-se em seguida, pés sorrateiros e palmas de som oco.Os pés acordam.

Eu gosto de pão de queijo no café da manhã
Sou de Minas, eu não nego
Da Catira eu sou fã.

Palmas ritmadas[1]


Eu gosto de pão de queijo no café da manhã
Sou de Minas, eu não nego
Da Catira eu sou fã.


Pés ritmados[2]

Eu gosto de pão de queijo no café da manhã
Sou de Minas, eu não nego
Da Catira eu sou fã.

Pés e mãos ritmados[3]


(segundo movimento)


Todos saem sentindo os pés livres, outros não. O círculo se abre.Entram vassouras, caçam as plumas que teimosamente voam por todo o espaço.Bastões são postos por cima de algumas plumas teimosas.Os pés são postos por cima dos bastões. Plumas ainda voam. Dedos procuram espaços internos, não os encontram.Os espaços e os dedos se olham, há um tibial anterior.Não se pode levantar os dedos.Dedos tentam acompanhar o chão sob os bastões, há calcâneo.Troca-se de bastões repetida vezes Respiração ofega, os pés saltam.

Voz em contralto : Não consigo.
Voz em baixo soprano: Mas não é assim... Sente... o pé é leve.
Voz em contralto: (hesita) Assim??
Voz em baixo soprano: Sente...só sente. Os dedos abrem.O metatarso esta apoiado no bastão.O tibial aparece....sente!


(terceiro movimento)

Brisa leve, levantam algumas plumas. Em pares agora se busca o equilíbrio corpóreo.Eixo alinhado com quadril sentindo o peso do outro, com os braços semiflexionado, arqueados. Cheiro leve de terra umedecida por chuva.Há uma tentativa de cantar e dançar no passo do cacuriá. As vozes repetem em desacordo sonoro. Sabe a música.Clima tenso. Todos sentam em roda e fazem experimentações vocálicas com a música, utilizando seus ressoadores.Agora as coisas se tornam audíveis.Os pés exitam...

Voz + doce: Lá no fundo do quintal eu vi, e ouvi o vento soprar
Voz + grave: Lá no fundo do quintal eu vi, e ouvi o vento soprar
Voz +doce: E o cata-vento girava, giravaaaaa. Pra lá, girava , girava
Voz +grave: E o cata-vento girava, giravaaaaa. Pra
Lá.


(quarto movimento)

Atores cantam ao passo enraizado de cacuriá.Interação entre o ritmo da música, da ocupação de todo o espaço cênico: da voz estimulada pelos seus ressoadores, do passo do cacuriá agora com os pés sensibilizados, do corpo como um todo pulsando. As mãos não podem estar tencionadas.Deve se tentar re-aprender o que já foi aprendido. Buscar outras referências.Um grande coro quase é formado. Plumas se erguem. O corpo é tocado pelo tambor.Os pés empurram o chão com seus arcos trasverso e puxam o libial que deslizam brincantes.A musica começa. Pés vibram.


“Lá no fundo do quintal eu vi

e ouvi o vento soprar.

E o cata-vento

g i
r a va


pra lá



g i r a v aaaaaa



gi
ra va

E o cata-vento girava


Pra
L

á.”

(Desce o tom em 1/8)

(quinto movimento)

Sensação de projeção nas articulações dos ombros. No palco aparecem dores e condromalacias . Em duas filas paralelas a Catira recomeça. Todos repetem os movimentos dos pés e palmas agora com um leve sorriso nos olhos. Tendões trabalham. Tibial trabalha. Ainda em filas paralelas com espaços internos, duplas se olham e cruzam o espaço voltando pra o mesmo ponto, trabalhando os ombros.Clima eufórico A musica acelera num cresceste atores quase caiem no chão , pés voam ...



É pau Pereira é pau Pereira


È um pau de opinião


Todo pau que fere e corta




Só o pau Pereira não

(sexto movimento)

Apoios ,base , mãos que interagem. Equilíbrio corpóreo. Peso do outro , o outro e o peso. Duplas de tamanhos e pesos diferentes. Palma, dedão ,puxo, seguro, e solta. Projeta o cotovelo. Não se deve desalinhar o quadrilátero. Equilíbrio não é força.Pequenos gestos analisados.Poéticas corpóreas enalteciam. Partituras cênicas rabiscadas. Um corpo atuante desenha imagem com as plumas que sorrateiras ligeiras perpassam os pés.Estes com seus tendões, músculo, plumas, veias, carne e ossos agradecem ao som da Catira.

Eu gosto de pão de queijo no café da manhã
Sou de Minas, eu não nego
Da Catira eu sou fã.

Palmas ritmadas[4]


Eu gosto de pão de queijo no café da manhã
Sou de Minas, eu não nego
Da Catira eu sou fã.


Pés ritmados[5]

Eu gosto de pão de queijo no café da manhã
Sou de Minas, eu não nego
Da Catira eu sou fã.

Pés e mãos ritmados[6]




FIM...




[1] Papara para para
papara para para
paparaparapa paparaparapa e pa
[2] pepere pere pere
pepere pere pere
peperepererepere e pe
[3] Papara para para
pepere pere pere
[4] Papara para para
papara para para
paparaparapa paparaparapa e pa
[5] pepere pere pere
pepere pere pere
peperepererepere e pe
[6] Papara para para
pepere pere pere

4 comentários:

GUI junqueira disse...

Olá...ficou faltando alguns exercícos que vou tentar recordar todos...me ajudem se faltar algo:
* Lemos o caderno do Nós escrito pelo Simon.
* Pés, Curva de papagaio, madeira.
* Flexão metatarso.
* Dança da Catira.
* Catavento, com pessoas.
* Comprimento (soco, palmas, giro, dedos, estica e puxa.
HeyheyHey, galera eh isso mesmo, ou ta faltando mais alguma coisa?
BjosS...GUI junqueira.

Maíra Rosa disse...

oi gui
eu disse na minha primeira postagem que tava faltando sim, os outros movimentos....Agora ta completo
Obs: Faço aula de tarde e não foi o Simon que leu...

Maria Cláudia S. Lopes disse...

Acho que algo que poderia ser acrescentado, que pra mim ficou forte....( não sei se ainda dava tempo de comentar, me desculpem se demorei...mas...)é que trabalhamos as danças com a finalidade de abrir os ossos, das mãos e pés, de abrir espaço entre as articulações e também trabalhar um realinhamento (?). Isso ficou forte pra mim desde quando começamos a bater balmas na Catira.

Anônimo disse...

no terceiro e quarto movimento tem uma musica, a do catavento, qual seria o nome e artista que canta ela?