terça-feira, 16 de junho de 2009

Caderno do Nós (04/06/09) - Noite

por Letícia & Diego [FECHADO]

("Alô alô... testando... 1... 2... 3... Letícia falando").


Devido a uma dúvida surgida na última aula pelo meu querido Diego, sobre o tal do Laban Notation’, muito comentado em sala, Renata nos trouxe seu livro ‘Corpo em Movimento’ da Ciane Fernandes, e começamos a aula de hoje analisando o dicionário de símbolos de movimento criado por Laban e debatendo sobre o tema, que segundo a professora não seria uma grande pulga e sim parte do nosso conteúdo mesmo. Em consulta com o Google temos que:

Labanotation (ou ‘Laban Notation) é um sistema de notação do movimento humano desenvolvido pelo pensador e coreógrafo húngaro-inglês Rudolf Von Laban (1879-1958) com auxílio de seu assistente Albert Knuts, mais tarde aperfeiçoado por seu colaborador Kurt Joss”.
(http://www.pucsp.br/~cimid/5cor/santana/cap3.pdf, acessado em 15/06/2009)

No Laban Notation cada parte do corpo humano é dada por um símbolo, conforme a figura abaixo:

E, ainda, temos símbolos com indicações de movimento:


No vídeo abaixo, temos um dançarino aplicando uma partitura de movimentos de Laban, e inclusive passa, em um momento, a idéia de dimensão que também foi discutida em sala (o se imaginar dentro de um cubo ou octaedro, seu corpo em relação ao espaço em que está):

http://www.youtube.com/watch?v=ZtgfqAEQZLI



Entramos, ainda, em uma discussão sobre organicidade.
- E o que seria essa organicidade mesmo?
- É a capacidade do ator de se manter no personagem além do que há no personagem.
- Ahh.... (???)
- Então vamos explicar melhor: é o ator conseguir se apropriar do personagem de tal maneira, que mesmo acontecendo uma ação inusitada (como alguém da platéia resolver subir no palco, do nada), ele consegue reagir a essa ação sem sair do personagem e sem cortar o ‘fio da meada’. Melhor assim?

Então vamos lá gente, quem vai fazer o Caderno do Nós de hoje? Xii.. Todos já foram! ‘Então vai ser o Diego que nunca escreveu pra essa turma!’ (Letícia) ‘Pode ser de dupla?’ (Di). ‘Ahn, por mim tudo bem’ (Renata). ‘Então vai o mais novo casal da turma’ (Duda). Uma aceitação geral, e por livre e espontânea pressão, estamos aqui! ‘Olha, ela (Letícia) foi a primeira a escrever o da nossa turma e ele (Diego) o primeiro a escrever da tarde... É o destino!!!’ (Duda)...

Saindo das pulgas e piadinhas a nosso respeito, fomos para a leitura do Caderno do Nós da semana passada, feito pela Adriene e lido em sala pela Duda. As correções do Caderno da Adriene também deram o que falar:
- Descobrimos que a Renata já fugiu da polícia e seguiu mendigo no sinal... Tsc tsc, que coisa feia fessôra.
- É só tossir que vem o chá? COFF COOOF!!!
- Piadinhas sobre Renata Bertazzo...
- Semestre que vem teremos a optativa ‘Tópicos Especiais em Educação Artística: Educação Somática’.
- O melhor jeito de fazer o ‘8’ que trabalhamos na última aula é imaginar duas esferas por onde ele contorna (lindamente mostrado no complexo desenho abaixo feito em nada mais, nada menos, que no paint):

- O alongamento funcional é aquele que apresenta oposição, tônus e trabalho (ex.: RPG e pilates). Já o alongamento passivo não exige trabalho nem tônus. Um mesmo alongamento pode ser funcional ou passivo, dependendo de como é feito. Rone nos dá uma demonstração de uma posição da Ioga, e, sem dúvidas, Renata constata: é funcional! O jeito mais fácil de diferenciar é pela presença ou não de oposição.

Fomos então pro trabalho prático, começando em duplas (Duda e Ana Paula, eu e Di, André e Rone), hoje a Adriene ficou na ‘ala da enfermaria’, só observando a aula.

Então, vamos lá: Vira de costas pro coleguinha, costas com costas, sacro com sacro (beem encostadinho, com o máximo de apoio que conseguir); agora vamos sentar com o apoio das costas do colega, sempre empurrando ele pra trás e sendo empurrado (força de oposição); o eixo deve se encontrar na base (quando o eixo sai da base perde-se o equilíbrio) dos dois (se um sair e se soltar do colega, o outro cai). Ana e Renata fazem uma demonstração do exercício, Aninha apanha sempre levando o corpo pra frente. ‘Pode segurar na mão?’ (Ana Paula) ‘’ (Renata, com uma voz de ‘de preferência não’).

Vai descendo aos poucos, devagar, ‘issooo’. Algumas duplas com dificuldades a mais e outras a menos, conseguimos todos chegar ao chão! Agora no chão, senta com as pernas dobradas, planta do pé no chão, ainda com o apoio de costas do colega. Massageie as costas do colega com as suas costas. Primeiro um massageia (ativo), enquanto o outro recebe (passivo), conforme os comandos da Renata. O passivo deve estar com o corpo relaxado e solto, mas não totalmente, deve sustentar um pouco o pescoço e cabeça. Invertendo agora, quem é passivo fica ativo e vice-versa. Agora com o comando solto: faz um, depois o outro, sem combinarem nada. Levantando (do mesmo jeito que sentaram, hein?). Força de pressão contra as costas do colega.

Agora de pé, continua com o apoio e a oposição das costas, joelhos flexionados. Lembrando mais uma vez que o eixo deve ficar na base, no apoio de costas, como se os dois corpos agora fossem só um. (Poético, não?). Abaixando um pouco e caminhando pelo espaço. Podem mudar de apoio agora, em vez de costas pode ser braço, cabeça, etc.; o importante é que os dois mantenham o eixo comum, com a força oposta. ‘Só não pode desgrudar né?’ (André) ‘Se desgrudar... cai!’ (Renata)

Depois de uma caminhada básica pelo espaço, cada dupla pega um pano; o trabalho agora é com força de tração: passa o pano em torno da cintura pélvica do seu coleguinha, você vai puxá-lo para trás, enquanto ele faz força pra ir pra frente. Agora, devido ao pano a base entre os dois aumenta, o eixo continua na base (pra ninguém cair). Inverte-se os papéis: quem tava puxando vai ser puxado e vice-verso.

Agora vamos entrar nos panos (pois os panos têm formato de tunelzinho):

Entra a dupla e explora com a mesma dinâmica do trabalho de costas, só que agora o apoio é o tecido. É importante não perder o tônus. Pode tentar deixar o tecido todo esticado (como se os dois tivessem enrolados numa coberta) ou enrolado (como se fosse uma corda amarrando os dois). ‘Nossa, com o tecido enrolado fica bem mais difícil’ (Letícia). A única dupla que conseguiu permanecer em pé o tempo todo foi a do André e Rone; as outras cederam ao desequilíbrio.

Agora sou eu. (Diego)

À parte da Lê, acrescento apenas o seguinte: descobrimos que o trabalho de coordenação motora é facilitado com o apoio da coluna à partir da oitava vértebra dorsal, subindo por todas as torácicas; por isso, na aula correspondente ao Caderno do Nós feito pela Adriene, os colchões estavam enrolados daquela maneira.

Partimos então para um exercício de improvisação em dupla: desenvolver movimentos de queda e recuperação, mantendo a qualidade construída com os exercícios anteriores; olho trabalha em várias direções; a movimentação é individual, mas não perde o olhar do parceiro.

O último exercício foi de improvisação individual: deveríamos usar uma situação pessoal ou fictícia para trabalhar movimentos de expansão (o que você quer dar, oferecer para o mundo), e recolhimento (o que você não quer mostrar). Começamos de olho fechado e depois o olhar devia ser cênico ou passivo (só pra ver onde ‘pisa’). Esse exercício teve dois objetivos: ampliar a composição e afiar o multifoco. Com a conversa final, soubemos que a Renata dava comandos durante todo o exercício, e, embora nem todos estivessem ouvindo ativamente, os comandos funcionavam (interferiram no trabalho).

Algumas pessoas se incomodaram com a falta da música, outras não: o André disse que o silêncio ajuda na concentração, enquanto a música estimula sempre. A Duda se emocionou. O Rone esteve numa chuva de feijão, e eu, ora fui capim, ora roda d’água.


Trabalhamos as variações de tempo, a abertura da cinesfera (centro ou extremidade), o foco (na ação ou multifoco), mudança de apoios, pausas e fluência.

O aquecimento pode ser direcionado ou mecânico (correr, pular pra esquentar o corpo e manter a energia dispersa). Concordamos que o aquecimento direcionado permitiu uma qualidade de trabalho especial para o exercício, e houve dois tipos de energia: densa (Duda e Lê) e de explosão (eu, André e Rone).

Comentamos que a quantidade reduzida de alunos melhora a qualidade e a Renata concluiu: ‘Gostei muito do trabalho – mesmo com charlatanismo, André – o aquecimento levou a isso, todo mundo se apropriou bem da fluência’.

E pra ninguém se sentir excluído da postagem (né Ana Paula?)... uma 'lista de presença' da aula:


Com um pouco de atraso, aqui está 'patota'!
Beijo do casal mais lindo!

'Até até!'

Um comentário:

Maria Cláudia S. Lopes disse...

deu vontade de estar nessa aula! (rs)
adorei o vídeo, no momento que aparece o pé do bailarino dá pra perceber o trabalho do tibial que exploramos em aula.